vendredi, mai 28, 2010

guincho para hipérbatos

Eu teria. Teria reconhecido amor, dançado, feito poesia do pretérito imperfeito.
Feito do amor sincero, da poesia carnal - teria misturado nossa construção
embolado corpos, no silêncio do odor de nossas almas
pregado de você em mim e me reconstituído aos poucos.

Minha vontade nunca foi comportada
nunca hesitei com você, não houve pudor
desejo escancarado.
eu teria feito de amor.

o que faltara pra que o verbo saísse das mãos, moldando um passado?
não sei mais o que movimenta os trilhos
o que transfigura e configura a nova diferença.

que me faz por hora preferir assistir imóvel o movimento,
a corrida dos lobos por um eufemismo chamado objetivo.

meu lado é outro, me locomovo, movo.
pra onde foi a força da atipicidade nessa típica cidade?

teria dançado se força houvesse eu para hipérbatos.
não nos faça desistir.

traga-me um guincho.

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