mercredi, janvier 13, 2010

qual e a cor da sua namorada?

A menina roxa, que agora estava num período roxo-azulado que não era bonito, mas encantava por ser pouco desvendavel, incitava novos pensamentos, já não conseguia mais adormecer com satisfação. Havia sempre aquele sentimento rodeando. Um sentimento de não aquisição do que realmente deveria ser alcançado. Mas não há o que se possa fazer em mais uma madrugada bípede. De dois membros anteriores opostos, que divergiam entre si, um brigando por momentos, sensações, enquanto o outro raciocinava e sofria de morbidez não humana. Era mais uma daquelas madrugadas que poderiam simplesmente sumir do mapa. Serviam apenas de atormento sobrenatural. Rosa foi percebendo que estava quase retomando a sua cor negra. Chega. Ela não queria.
Começa a passear por sua playlist. Aquelas musicas eram dela mesmo. Mas pra que? Ela estava coberta pelo maior sentimento de deslocamento que já havia passado. Pesava manobras para fugir do altruísmo exagerado mais uma vez. Mas era quase fatídico. Alias, completamente. Outro aspecto interessante era que, apesar de personagem inegavelmente dissemelhante, a menina se conturbava tão facilmente com as opiniões ignorantes dos usuais. E parava e refletia, remoendo-se. Eram julgamentos baseados em preceitos tão antigos, tão inaceitáveis. Era tanta hipocrisia. Mas era involuntária que Rosa enchia seu peito de duvidas e angustias. Não era justo. Mas era o preço a se pagar por sua percepção inigualável e seu belo perene.
Ela se incomodava com diversos outros pontos. A jovem havia arranjado um namorado, um namoradinho bom. Ele se tornara um desafio intrigante, possivelmente promissor. Ao estar lilás, amava firme, era quase dependente. Agora, escura, caminhava com dificuldade. Será que haveria ele de entender? Ela estava abstendo-se de pensar. Lia algo e não interpretava, buscava escrever de maneiras diferentes, mas parecia tudo tão igual. Tão nu, sem talento. Rosa pensava em suas amigas. Pensava no quanto não se sentia bem ultimamente com elas. Não era culpa dela. Não era. Ela tinha certeza que o mundo estava o contrario e ninguém havia notado. Ela ia começar outro dia da mesma maneira. Ia dormir, ter pesadelos, acordar, ir ao medico, ver o namorado, ócio, ócio, ócio, mente fraca e continuação vital. (?)

3 commentaires:

  1. "Down to the wire
    I wanted water but
    I'll walk through the fire"
    =]

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  2. Rosa é escura e por isso linda. suas amigas dificilmente (?) irao penetrar em sua obscuridade consistente. e que venha o negro conjugado a madrugadas bipedes!

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