,a menina seguia em brancos. Tendenciava ao amor; mas nunca o quis nos mais puros reais. Traía seu desejos, os cortava mesmo ao meio por pudor. Temendo achar caminho, o fazia então pelas metades;
Rosa brincava de vida, na solidão da fuga, e era ferida por seu inacabado. No minguar da lua, desteticamente morta, pensava e construía a magia de seus projetos. Ela não comia carne.
Quase preenchida de morbidez que sórdido humano plantara escaladamente em alma sua. O humano Rosa. A alma preta da menina Rosa.
Querer-la-ia em seu inlúcido palco dos sonhos. Ela mesma a desejava intensa. Por isso, veemente construía cada passo de sua existência. Não no humano Rosa; jamais. Não haveria coragem.
vendredi, juin 26, 2009
atmosfera insólita
Personagem odioso
Falsa perfeita
Como pode alguém
Gostar de esconder
beleza?
São peças de um mesmo painel,
São seres de um mesmo lugar
Se ela queres a ti
Por que não pensas ficar?
A dúvida paira no ar
É longíqua a atmosfera que os divide
Sabedor, maldade, hermético
Devora por sobre sua etimologia
a ideia da superioridade.
Em sua fenomenológica ilogicidade,
mal sabe cuidar
de suas vibrissas
,
Se ela quer a ti auscultar
Por que não a deixas descobrir
O que em ti já se adormeceu
O inextricável mistério do Amor,
da dor que já não mata
Foi uma tarde sintomática,
um fascínio taciturno,
uma atmosfera insólita.
Ele foge às regras.
Falsa perfeita
Como pode alguém
Gostar de esconder
beleza?
São peças de um mesmo painel,
São seres de um mesmo lugar
Se ela queres a ti
Por que não pensas ficar?
A dúvida paira no ar
É longíqua a atmosfera que os divide
Sabedor, maldade, hermético
Devora por sobre sua etimologia
a ideia da superioridade.
Em sua fenomenológica ilogicidade,
mal sabe cuidar
de suas vibrissas
,
Se ela quer a ti auscultar
Por que não a deixas descobrir
O que em ti já se adormeceu
O inextricável mistério do Amor,
da dor que já não mata
Foi uma tarde sintomática,
um fascínio taciturno,
uma atmosfera insólita.
Ele foge às regras.
mercredi, juin 24, 2009
a sussurros...
Viajando em minha mente, eu estou na tua frente mas já não sinto você em mim, já não sinto você em lugar algum. à modo frio.
Que como admirável personagem entrou na intesidade da fraqueza com o poder da idade e o talento inerente. Enganou a cada órgão, destituiu minhas saídas; você quem me fez doente, foi você.
Quero então que sinta essa culpa. A culpa da dor. Da dor que sou eu. Não há nome. Não é somente sordidez humana.
Nesse momento. ainda o amo. Desta visão. agora não mais.
O laço é falso. E eu Gostaria de estar vestida.
Sou intensa, inteira e nada. Eu queria que você me enxergasse.
Mas não me despindo, tal é.
por si só, por ele só, só há só.
Que como admirável personagem entrou na intesidade da fraqueza com o poder da idade e o talento inerente. Enganou a cada órgão, destituiu minhas saídas; você quem me fez doente, foi você.
Quero então que sinta essa culpa. A culpa da dor. Da dor que sou eu. Não há nome. Não é somente sordidez humana.
Nesse momento. ainda o amo. Desta visão. agora não mais.
O laço é falso. E eu Gostaria de estar vestida.
Sou intensa, inteira e nada. Eu queria que você me enxergasse.
Mas não me despindo, tal é.
por si só, por ele só, só há só.
lundi, juin 22, 2009
Um dia já fui pele, já existi, mesmo que por uns segundos.
Era pureza, era prazer
Era vida e brilho arrebatador
Em universo onírico vive a menina nova
Resplandecendo agora por sua realidade soturna
Quase a quis, quase desisti
Apertei-me contra o peito
pra que eu pudesse sentir cada pedaço
daquilo que, pacificamente, se destroçava
dentro de mim.
Eu quero a vida, quero ela
Eu quero eu.
Sensações, momentos,
cargas opostas se atraindo na adversidade da vida
São pessoas, peles contrastantes
São vidas triviais
Almas disparatas
Queres amor, eu quero paz.
Queres mais, eu quero paz.
O que resta.
Eu quero aquilo que me resta.
Era pureza, era prazer
Era vida e brilho arrebatador
Em universo onírico vive a menina nova
Resplandecendo agora por sua realidade soturna
Quase a quis, quase desisti
Apertei-me contra o peito
pra que eu pudesse sentir cada pedaço
daquilo que, pacificamente, se destroçava
dentro de mim.
Eu quero a vida, quero ela
Eu quero eu.
Sensações, momentos,
cargas opostas se atraindo na adversidade da vida
São pessoas, peles contrastantes
São vidas triviais
Almas disparatas
Queres amor, eu quero paz.
Queres mais, eu quero paz.
O que resta.
Eu quero aquilo que me resta.
mardi, juin 16, 2009
estou cega de mim
Máscara
aceita,
cara a cara,
coragem
farsa
fascinante.
Quero eu
vestida
dele.
Quero ele
dizendo
sim,
em face
a
ti
a face
de
mim.
aceita,
cara a cara,
coragem
farsa
fascinante.
Quero eu
vestida
dele.
Quero ele
dizendo
sim,
em face
a
ti
a face
de
mim.
lundi, juin 15, 2009
estou cega de mim
Pela primeira vez na vida caí-me de que sou completamente desequilibrada. Mas sou equilibrada. E muito. Vai ver é isso que me sufoca. Vai ver é por isso que estou doente.
Ando me sentindo fraca. Não por nada, juro. Mas fraca de vontade. Com muito medo. Medo de não conseguir. Temo entrar em meus vícios. Tenho medo de me afundar em minhas mágoas. Medo de parar pra pensar... Pensar que vou de encontro à casa, de encontro a elas, de encontro ao mundo. Pensar que no fim estou sozinha, cara a cara a mim, de frente a mais insólita das almas. Precipitação.
Daí Rio demais, falo demais, faço demais... Amo demais. Me envolvo. E aquele ali com quem me sinto bem, ele não dá porque é bom de mais pra mim. E tem aquele também que é bom de menos. A distância tá impedindo. O mundo, a idade, o caráter, o universo. Enfim... O que eu quero no momento é sempre aquele que ainda não conquistei. Olho, conheço, quero muito, desejo intensamente. Posso jurar que é amor. Mas não consigo. Ele sofre, eu também. Não dá. Não consigo mais ver.
Mas isso tem que mudar. Não quero ficar sozinha.
Não posso me permitir. Senão fico. E eu comigo, não.
Eu comigo... NÃO!
Talvez seja isso...
"sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você, ou apenas aquilo que eu queria ver em você,eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e, se era assim,até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que, no fundo, sempre no fundo,talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?"
Caio Fernando Abreu
Ando me sentindo fraca. Não por nada, juro. Mas fraca de vontade. Com muito medo. Medo de não conseguir. Temo entrar em meus vícios. Tenho medo de me afundar em minhas mágoas. Medo de parar pra pensar... Pensar que vou de encontro à casa, de encontro a elas, de encontro ao mundo. Pensar que no fim estou sozinha, cara a cara a mim, de frente a mais insólita das almas. Precipitação.
Daí Rio demais, falo demais, faço demais... Amo demais. Me envolvo. E aquele ali com quem me sinto bem, ele não dá porque é bom de mais pra mim. E tem aquele também que é bom de menos. A distância tá impedindo. O mundo, a idade, o caráter, o universo. Enfim... O que eu quero no momento é sempre aquele que ainda não conquistei. Olho, conheço, quero muito, desejo intensamente. Posso jurar que é amor. Mas não consigo. Ele sofre, eu também. Não dá. Não consigo mais ver.
Mas isso tem que mudar. Não quero ficar sozinha.
Não posso me permitir. Senão fico. E eu comigo, não.
Eu comigo... NÃO!
Talvez seja isso...
"sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você, ou apenas aquilo que eu queria ver em você,eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e, se era assim,até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que, no fundo, sempre no fundo,talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?"
Caio Fernando Abreu
samedi, juin 13, 2009
transformando o tédio em melodia...
Sexta à tarde. Nenhum veneno anti-monotonia.
A menina se despia lentamente, acompanhada de um amarelo forte que pouco a pouco se tornava azul, azul... Estava cansada após um dia sobrecarregado de intenso tédio. Era uma lavagem de alma.
Suas unhas alaranjadamente sienas, carregavam seu laço roxo. Ela girava a torneira com calma esperando que a água saísse, apalpando seu corpo nu. O banho naquele ambiente azulado era surrealmente carregado de magia.
O chuveiro a tocava audivelmente,e a doce menina replicava com o mais solene dos cantos. Mas é claro, pensamentos fluíam naquela mente impetuosa...
Jovem. Auscultava apenas novas realidades; obliterar antigos devaneios tolos naquele espaço onírico. Assegurada de sua nova capacitação, a menina resplandeceu. Dançou, dançou, dançou, balançou. Elevou-se a uma nova realidade ensurdecedora.
E dançou.
A menina se despia lentamente, acompanhada de um amarelo forte que pouco a pouco se tornava azul, azul... Estava cansada após um dia sobrecarregado de intenso tédio. Era uma lavagem de alma.
Suas unhas alaranjadamente sienas, carregavam seu laço roxo. Ela girava a torneira com calma esperando que a água saísse, apalpando seu corpo nu. O banho naquele ambiente azulado era surrealmente carregado de magia.
O chuveiro a tocava audivelmente,e a doce menina replicava com o mais solene dos cantos. Mas é claro, pensamentos fluíam naquela mente impetuosa...
Jovem. Auscultava apenas novas realidades; obliterar antigos devaneios tolos naquele espaço onírico. Assegurada de sua nova capacitação, a menina resplandeceu. Dançou, dançou, dançou, balançou. Elevou-se a uma nova realidade ensurdecedora.
E dançou.
jeudi, juin 11, 2009
Pigs and Peppers
day 'nd night (they and i)
They will never be able to understand my path.
They don't talk my language;
I'm so tired to be alone in my own place.
So,
I need him.
I need his image on my backyard,
I need his poems and his lips.
Trust me as I trust in everything that still rests to me,
as I believe in every second of my time,
in every beat of my heart
of my fragile heart.
They don't talk my language;
I'm so tired to be alone in my own place.
So,
I need him.
I need his image on my backyard,
I need his poems and his lips.
Trust me as I trust in everything that still rests to me,
as I believe in every second of my time,
in every beat of my heart
of my fragile heart.
lundi, juin 08, 2009
l'amour soturno por Marte
ah,
aquela alma freudiana perdura
porque flor nova
murcha ramé
esse novo amor
ausculta os novos mistérios
taciturna solidã
taciturno carinho
ensaiava um olhar,
um coração,
um modo
arrebatador
a bater
o coração
refugiava-se em memória
guardada em sua mesa
dentro de seu escrínio,
seu escrínio;
ele guarda sua vida.
a jovem descobre, porém,
que é inextricável
o desafio da vida
o entendimento do amor.
oblitera sua caixa
oblitera seu escrínio
para que posso começar,
para que possa amar.
métodos anti-conforto
entoa sua canção de vida
com as cordas de sua presença
marca os sonhos de menina
viva a sós com sua ausência
aquela alma freudiana perdura
porque flor nova
murcha ramé
esse novo amor
ausculta os novos mistérios
taciturna solidã
taciturno carinho
ensaiava um olhar,
um coração,
um modo
arrebatador
a bater
o coração
refugiava-se em memória
guardada em sua mesa
dentro de seu escrínio,
seu escrínio;
ele guarda sua vida.
a jovem descobre, porém,
que é inextricável
o desafio da vida
o entendimento do amor.
oblitera sua caixa
oblitera seu escrínio
para que posso começar,
para que possa amar.
métodos anti-conforto
entoa sua canção de vida
com as cordas de sua presença
marca os sonhos de menina
viva a sós com sua ausência
samedi, juin 06, 2009
doses baixas de pequenos amores
desastabilização
imaterial
paralela
inerciantes
dançando
na
lama
à
procura
do
paupérrimo
sutil
anti sistema
apure:
são
inopinadamente
homens
suspira
criaturas
intrás
emtrás
vem e trás.
em pequenas doses de Bacardi.
imaterial
paralela
inerciantes
dançando
na
lama
à
procura
do
paupérrimo
sutil
anti sistema
apure:
são
inopinadamente
homens
suspira
criaturas
intrás
emtrás
vem e trás.
em pequenas doses de Bacardi.
jeudi, juin 04, 2009
reculer pour mieux sauter
impressionante
a sutileza
de essências
inerentes à vida
elevo-me
a uma atmosfera
refugiadora
a que tanto
ensaiava
renegando
métodos débeis,
a fuga da apatia,
saindo
da
bolha
ver seu universo
com belas
lentes
conhecer
belas
mãos
padecer
por
não tê-las.
concomitantemente
aos meus
olhos fechados
sumindo,
inalar
ensurdecedoras
e complacentes
mãos
dos sonhos.
mão dos sonhos absorvida.
mãos que fortalecem...
mãos que me ensinaram,
essa dissipação
jamais
perdurará.
PS.
recuar
para
melhor
saltar
a sutileza
de essências
inerentes à vida
elevo-me
a uma atmosfera
refugiadora
a que tanto
ensaiava
renegando
métodos débeis,
a fuga da apatia,
saindo
da
bolha
ver seu universo
com belas
lentes
conhecer
belas
mãos
padecer
por
não tê-las.
concomitantemente
aos meus
olhos fechados
sumindo,
inalar
ensurdecedoras
e complacentes
mãos
dos sonhos.
mão dos sonhos absorvida.
mãos que fortalecem...
mãos que me ensinaram,
essa dissipação
jamais
perdurará.
PS.
recuar
para
melhor
saltar
mercredi, juin 03, 2009
primeiro esboço da pasta "EU?"
Ontem fui jantar com um amigo. Não sei né. De repente (...)
Foi estranho porque há tempos eu não me sentia tão perto do bem-estar. Quinta-feira à noite, alguém humano, filosofias baratas – outras que ninguém paga -, um drinque e eu. O triste foi ter se tornado tão simples o entendimento de toda minha tristeza, aquela que com ninguém consigo desvendar, aquela com quem aprendi a conviver mas mal conheço. Para mim foi completa frustração que ela se perdesse dentro de mim. Sendo eu sua dona, mal sabia controlá-la, outro alguém o fez por mim.
Mas ninguém achou até agora a solução para o... momento, o caminho. Estou sendo então, induzida à aceitação própria, a descobertas, a tentativas propensas à mais e mais frustrações. Tudo de que sempre fugi. Precisa sobrar vontade E força (!!!!) pra se jogar na vida, e não continuar adormecida. Ainda não sei se faço por mim, ou por ela, ou por eles todos. Por eles todos, provavelmente.
Enquanto isso... Vou voltar a escrever, porque essa revolta interna só me fará mais mal. Com certeza muita gente não gosta e a aceitação vai ser difícil, mas faço por mim. Meus textos serão agora diferentes pelo fato de que estou um pouco (muito!!) proibida de pensar demais. São então, apenas palavras que saem, voam. Não vou misturá-los.
Por enquanto esse texto é só meu, como mais 73 esboços guardados na pasta “EU?”.
são vômitos. quase esquecidos.
(não foi ONTEM.)
Foi estranho porque há tempos eu não me sentia tão perto do bem-estar. Quinta-feira à noite, alguém humano, filosofias baratas – outras que ninguém paga -, um drinque e eu. O triste foi ter se tornado tão simples o entendimento de toda minha tristeza, aquela que com ninguém consigo desvendar, aquela com quem aprendi a conviver mas mal conheço. Para mim foi completa frustração que ela se perdesse dentro de mim. Sendo eu sua dona, mal sabia controlá-la, outro alguém o fez por mim.
Mas ninguém achou até agora a solução para o... momento, o caminho. Estou sendo então, induzida à aceitação própria, a descobertas, a tentativas propensas à mais e mais frustrações. Tudo de que sempre fugi. Precisa sobrar vontade E força (!!!!) pra se jogar na vida, e não continuar adormecida. Ainda não sei se faço por mim, ou por ela, ou por eles todos. Por eles todos, provavelmente.
Enquanto isso... Vou voltar a escrever, porque essa revolta interna só me fará mais mal. Com certeza muita gente não gosta e a aceitação vai ser difícil, mas faço por mim. Meus textos serão agora diferentes pelo fato de que estou um pouco (muito!!) proibida de pensar demais. São então, apenas palavras que saem, voam. Não vou misturá-los.
Por enquanto esse texto é só meu, como mais 73 esboços guardados na pasta “EU?”.
são vômitos. quase esquecidos.
(não foi ONTEM.)
mardi, juin 02, 2009
ela não quer passar com a dor

momento de submissão.
ela belamente se torna arisca.
não quer passar por eles com a sua dor.
mágica atmosfera de um leito; inopinadamente fragmentária em fracasso e proteção.
se tornam um só. alma esverdeada.
mal sabe-se que quem protege, pensa.
sobriedade de consciência morta. morta. morta.
porém, com olhos móbeis.
pensantes e quase alheios ao que carrega.
com afeição.
braços condescendentes.
armas se aconchegando para
amar e sentir e pausar e sumir
.
.
.
diga que me ama, me queira, me afague..
não piercing, não.
complacência.
belo ser
"ganhar; o penta; se-d-es-prende-se; aos teus esporões; meros devaneios; folha pálida"
vive austero,
esmeradamente
isento
da luta
página
de um veículo
monocromaticamente
multi colorido
tu não sabes se perder
pra aprender
a me
amar
no infinito
mediante
sofrer
assim a
si
desvendar
pra que possa
belo
ser
belo
ser
.
.
.
vive austero,
esmeradamente
isento
da luta
página
de um veículo
monocromaticamente
multi colorido
tu não sabes se perder
pra aprender
a me
amar
no infinito
mediante
sofrer
assim a
si
desvendar
pra que possa
belo
ser
belo
ser
.
.
.
cara estranha
Aquela era minha primeira corrida, a primeira prova. Me sentia tão capaz. Algum dia já fui tão resistente, forte; era o exemplo a ser seguido por minhas companheiras de ballet. Era só respirar fundo, construir determinação. A corrida começou e fomos arremessadas lá na frente, correndo em bom ritmo, quase atletas. Cinco minutos pareciam uma vida. Logo depois eu parei de correr e comecei a andar a passos largos. Minha respiração; só podia ser culpa dela. Tenho asma por esforço... E estou a quase um ano sem atividade física pela minha cirurgia. E meus remédios.
Essas tais doenças parecem terem sido inventadas mesmo para suprir nossas frustrações. Alguém precisa levar a culpa, mais uma vez. Eu não conseguia evoluir, porque meus últimos tempos foram de pura estagnação. Aquela famosa falta de vontade, e, por fim, a comodidade. Faltava só admitir.
Comecei a pensar... Estávamos quase em último, e aquilo me assustava. Quantas coisas tenho deixado de fazer temendo esse lugar? Finjo que não penso, fujo e não assumo, despretensiosa. É a solução de quem não quer perder aquilo que já tem e fecha a mão pro que há de vir... Me veio então à mente o vestibular, a preparação dos que estavam nas primeiras posições, tão bem preparados. Metáfora irônica. Pensei em desistir e engolir aquela derrota pessoal. Pensei e pensei. Na USP, na minha vida de escrita, no meu ballet e no meu Mistério. Metáfora irônica. Não posso desistir.
"Estamos na penúltima suplência, mas é só chegar de cabeça erguida, que no fim de tudo, ninguém se importa com quem passou em primeiro lugar ou em último. Conseguimos.", disse eu, brincando.Veio daí. Mais um descaso. Fraquejei, eu sei. Mas continuei e aquilo me deixou orgulhosa. Continuava a trotar, passava uns casais, umas jovens...
Chegamos, diga-se de passagem até num tempo razoável. 10km, 1h e 3min.
Foi uma vitória e, mais que isso, um balde de percepção interior.
A conclusão desse miraculoso espetáculo metafórico da vida foi...
Já está na hora de levantar e ir se vestir.
Essas tais doenças parecem terem sido inventadas mesmo para suprir nossas frustrações. Alguém precisa levar a culpa, mais uma vez. Eu não conseguia evoluir, porque meus últimos tempos foram de pura estagnação. Aquela famosa falta de vontade, e, por fim, a comodidade. Faltava só admitir.
Comecei a pensar... Estávamos quase em último, e aquilo me assustava. Quantas coisas tenho deixado de fazer temendo esse lugar? Finjo que não penso, fujo e não assumo, despretensiosa. É a solução de quem não quer perder aquilo que já tem e fecha a mão pro que há de vir... Me veio então à mente o vestibular, a preparação dos que estavam nas primeiras posições, tão bem preparados. Metáfora irônica. Pensei em desistir e engolir aquela derrota pessoal. Pensei e pensei. Na USP, na minha vida de escrita, no meu ballet e no meu Mistério. Metáfora irônica. Não posso desistir.
"Estamos na penúltima suplência, mas é só chegar de cabeça erguida, que no fim de tudo, ninguém se importa com quem passou em primeiro lugar ou em último. Conseguimos.", disse eu, brincando.Veio daí. Mais um descaso. Fraquejei, eu sei. Mas continuei e aquilo me deixou orgulhosa. Continuava a trotar, passava uns casais, umas jovens...
Chegamos, diga-se de passagem até num tempo razoável. 10km, 1h e 3min.
Foi uma vitória e, mais que isso, um balde de percepção interior.
A conclusão desse miraculoso espetáculo metafórico da vida foi...
Já está na hora de levantar e ir se vestir.
Inscription à :
Articles (Atom)