jeudi, février 18, 2010

Depois de um filme desses... Nada que possa ser colocado em palavras desce. Você entenderia enxergando minha expressão, meu mais ínfimo olhar atordoado. Quem se transforma após assistir um filme, dançar com aquele instrumental enquanto trafega pela cidade, pelos jardins mais belos; quem por eternos segundos não consegue chorar com a tragédia, ou continuar a viver o cotidiano, há de entender.

É momento que não existe, mas que permite existir. Não é pensar, nem sei se sentir. É desordenar, e desligar. Aquilo atordoa, confunde, consome. Quer beijar com a solidão. E falar no vácuo. E a impossibilidade do paradoxo exibe permissivamente a realidade não vivida, levada. Pois se pensamento houver, acompanha também a angústia. E não. É isenção. De tudo.

Poderia transcrever todas aquelas frases. Tão pouco factíveis. Soltas, fragmentadas, ligadas. Mas não. Cada molécula de ar do espaço não preenchido fazia parte do belo da mensagem final. Não seria justo. Aquele francês que deixava de ser dito pra ser expresso por olhar. Água salgada de lágrima. E morte. Morte emocional.

Volto. Ainda atordoada. Isenta de pensamentos, mas não de sensações. Transformo-me em uma mistura de sensações. Coração acelera. Queria tanto só parar de sentir. Alcançar frigidez, sensatez. Ou não ser mais atormentada pelo meu ser. Mas a pior prisão é o si, não Juliette?

Filme: "Há tanto tempo que te amo"